terça-feira, 19 de outubro de 2010

Propósito obscuro

(...)


Esta é a pressão de uma mão tímida, este é o aroma dos cabelos que esvoaçam,
Este é o roçar dos meus lábios nos teus, este é o murmúrio do desejo,
Esta é a profundeza e a altura distantes reflectindo o meu próprio rosto,
Esta é a meditativa fusão de mim próprio, e a saída outra vez.

Achas que tenho algum propósito obscuro?
Sim, tenho, como o têm as chuvas do quarto mês, e o tem a mica sobre as rochas.



(Walt Whitman, tradução de José Agostinho Baptista, Canto de mim mesmo)

Sem comentários:

Enviar um comentário