terça-feira, 12 de julho de 2011

A Morte de Empédocles

Ó coração que tudo sacrifica! E este entrega
Por amor a mim a dourada juventude!
E eu? Ó Terra e Céu! Olha! Ainda
Estás perto, enquanto a hora escoa,
E para mim floresces, ó alegria dos meus olhos.
Ainda tudo é como dantes, tomo-te nos braços
Como se fosses meu, a minha presa,
E de novo me seduz o sonho encantador.
Sim, magnífico seria entrar na chama do túmulo
De braço dado e não como um solitário
Formando um par festivo no final do dia;
E de bom grado levaria comigo, como um nobre rio
Todas as suas fontes, em libação à noite sagrada,
O que aqui amei.

(Friedrich Holderlin, A Morte de Empédocles, Maria Teresa Dias Furtado (trad.))

Sem comentários:

Enviar um comentário