sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Coisas que não se podem comparar

O Verão e o Inverno. A noite e o dia. A chuva e o sol: a juventude e a velhice. O riso de alguém e a sua ira. O preto e o branco. o amor e o ódio. O pequeno anil com o grande filodendro. Quando se deixa de amar alguém, sentimo-nos como se fossemos outra pessoa, mesmo continuando a mesma.

Num jardim de plantas perenes, os corvos dormem. Por volta da meia noite alguns acordam com grande alvoroço e começam a voar de um lado para o outro. O desassossego espalha-se para as outras árvores e em breve, todos os pássaros acordam e grasnam alvoraçados.

Como são diferentes os mesmos corvos durante o dia!


(Sei Shōnagon (清少納言), na revista A Sul de Nenhum Norte, tradução de Maria Sousa (do japonês? I don't think so)

Sem comentários:

Enviar um comentário