«Todos os dias tenho que invocar de novo a divindade desaparecida. Quando penso em grandes homens, em tempos grandes, e como eles, fogo sagrado, alastravam à sua volta e transformavam em chama tudo o que era morte, seco, a palha do mundo que com eles subia ao céu: e penso então em mim, franca candeia de pouco brilho, a andar por aí com desejos de pedir a esmola de uma gota de azeite para poder alumiar mais um bocado da noite - então repassa-me os membros um calafrio estranho, e digo baixo a mim próprio as palavras horríveis: Morto vivo!»
(Hölderlin, Poemas, Pedro Quintela (trad.))
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