(...)
Não faz mal   abracem-me
os teus olhos
de extremo a extremo azuis
vai ser assim durante muito tempo
decorrerão muitos séculos antes de nós
mas não te importes
não te importes
muito
nós só temos a ver
com o presente
perfeito
corsários de olhos de gato intransponível
maravilhados   maravilhosos   únicos
nem pretérito nem futuro tem
o estranho verbo nosso
(Mário Cesariny, Pena Capital)
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