sobre vários solos
desde perder o chão repentino sob os pés
como se perde os sentidos numa
queda de amor, ao encontro
do cabo onde a terra abate e
a fecunda ausência excede
até à queda vinda
da lenta volúpia de cair,
quando a face atinge o solo
numa curva delgada subtil
uma vénia a ninguém de especial
ou especialmente a nós uma homenagem
póstuma.
(Luiza Neto Jorge, Poesia)
O poema não ensina a atravessar o Domingo, de quem tem feridas no peito e negrume no coração. Quem cai de amor rapidamente atinge o chão. Ao Domingo, a dor da tua ausência fere ainda mais do que há semana. Amo-te aos bocados, em part-time, para doer devagar e prolongar o (des)amor. Amanhã, é uma ferida lenta que morre e não mata. Estarei de face voltada para chão a ignorar a tua ausência.
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