Ofício de Amar
já não necessito de ti
tenho a companhia nocturna dos animais e a peste
tenho o grão doente das cidades erguidas no princípio doutras galáxias, e o remorso
um dia pressenti a música estelar das pedras, abandonei-me ao silêncio
é lentíssimo este amor progredindo com o bater do coração
não, não preciso mais de mim
possuo a doença dos espaços incomensuráveis
e os secretos poços dos nómadas
ascendo ao conhecimento pleno do meu deserto
deixei de estar disponível, perdoa-me
se cultivo regularmente a saudade do meu próprio corpo
(Al Berto)
Sim, isso. Porque tenho a pérola e estou cansada. Tenho esse supremíssimo cansaço seguido de infinitos íssimo.
Não é uma boa noite para sentir.
Não foi um bom dia para te lembrar.
Acho que tinhas demasiadas expectativas, acho.
Acho que morreste pelos teus 16 anos, embriagado em Rimbaud e Eugénio. És adulto, demasiado adulto para sentires. E eu não.
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