Reparai bem, a intenção era escrever sobre este ano, mas foi um ano de merda (perdoai-me) e não há nada que me apeteça dizer sobre ele. Um Bof era capaz de definir bem as coisas, mas não, nem o bof mais vão de todos me satisfaz. A situação agrava-se quando o meu lado voyeurzinho decide vasculhar o facebook alheio (sim, que é para isso que ele serve) e é então que dou com uma daquelas notas de uma pseudo-amiga. A dita nota era sobre 2010, o balanço era mais ou menos posítivo. Ora, esta tipa que mal conheço não teve um ano nada miserável. Fiquei a saber que tirou a carta, começou a usar saltos e as mamas ainda lhe crescem. Mas isto interessa? Pois claro que sim, vamos lá agudizar a miserabilidade da minha pessoa. Esta criatura é provavelmente uns quatro anos mais nova que eu. Eu que ainda não tirei a carta, que não uso saltos e que coitadita sou pobre nesses atributos femininos. Não que isto me desperte qualquer tipo de interesse, mas, vá, são coisas que alguém mais novo que eu fez. É claro que são coisitas que eu consigo, mas um individuo miserávelmente apático nem isso faz. Percebi, então, que começo a ficar velha e que esta tipa me incomoda realmente. Incomoda-me porque não é discreta, porque não é triste e não leu nenhum livro. Além de má voyeur, sou invejosa e admiro secretamente gente miserável. Faço coisas contra a minha vontade, o que me torna num monstrinho adulto. Adulta, é isso. Sou desprezível. Ainda sou só meia-adulta, mais velha que adulta. Passei o ano a lutar contra mim e a fugir de nada e 2010 não só foi uma merda, como 2011 me é perfeitamente indiferente. É tudo.
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