(Autografia, Miguel Gonçalves Mendes)
Gosto do livro.
Amo o poema.
Amo ainda mais o poeta.
Não gosto do filme/documentário (digo, a organização do conteúdo propriamente dito e outros detalhes), mas gosto de ouvir o senhor poeta falar.
Sim, é um grito.
Sim, os poetas fazem miau.
Sabe que, mesmo parado, mesmo não sendo Rimbaud, mesmo tendo o fogo ardido. Mesmo sendo um fantasma coberto de cinzas. Mesmo não tendo já iluminações. Eu acho que ainda pode voar.
Ouvi-lo é já em si poesia.
E acredite, teria o mundo toda a quem escrever.
E eu, não teria jamais a saudade infinita que hoje sinto. Teria, de bom gosto, ido viver consigo e com a Henriette. Que prazer maior se poderia ter nesta vida que não esse?
Há quem me julgue louca. Alguns terão razão, é certo.
Mas loucura maior foi vê-lo perdido neste país-menino, neste país-vazio, neste país sem bondade nem bruma.
Mas loucura maior foi vê-lo perdido neste país-menino, neste país-vazio, neste país sem bondade nem bruma.
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