Aborreço-me facilmente. Não tenho paciência para tretas, por isso passo a vida a assobiar para o lado. Admito que gosto que me façam cocegas ao ego. Mas entre o aborrecer-me e o assobiar há uma preguiça imensa.
Há dois dias atrás dormi oito horas. Não me senti feliz. Não estou menos cansada. Fiz uma composição em mandarim. Tenho dois livros novos para ler. Um deles é o À Sombra das Raparigas em Flor de Proust, vou, portanto, no segundo volume de Em Busca do Tempo Perdido. O outro é do Ruy Belo.
Devia estudar japonês. Mas, para além de me aborrecer fico ansiosa e apetece-me ler ou ver filmes. É quando penso no meu professor que é um mimo e que diz "o deleite intelectual não é tudo na vida" ou "é uma ternura um livro daqueles", e o senhor, contrariando-se, convence-me que é melhor ler o livro.
Isto não é um diário.
Boa noite.
Vou pensar nisto:
"Poder-se-á dizer que certa influência é nociva só porque nos rebelamos contra ela?" -Pergunta Ruy Belo.
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