(...)
Agora somos pequenos e inúmeros e percorremos o espaço com gangrenas nas mãos
e intentamos chamadas telefónicas
e marcamos de novo e desligamos depressa
e tu pões a écharpe sobre os ombros
e eu visto o meu casaco e saímos de vez
porque nós somos a multidão a que eu chamo
o homem e a mulher de todos os tempos áridos
e como sempre não há lugar para nós nesta cidade
esta ou outra qualquer que de perto ou de longe a esta se pareça
(Mário Cesariny de Vasconcelos, Pena Capital)
No aqueduto largo do meu peito não há sossego. Convenhamos que devido à miséria deste tempo e à ensombração maligna de certas lágrimas nocturnas. Fico irrequieta. E não durmo.
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hei-de estar cansada
de todas as palavras
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