Terra: se um dia lhe tocares
o corpo adormecido,
põe folhas verdes onde pões silêncio,
e sê leve para quem o foi contigo.
Dá-lhe o meu cabelo para sonho,
e deixa as minhas mãos para tecer
a mágoa infinita das raízes
que um dia no seu corpo hão-de beber.
(Eugénio de Andrade, As Mãos e os Frutos)
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