Horas, horas sem fim,
pesadas, fundas,
esperarei por ti
até que todas as coisas sejam surdas.
Até que uma pedra irrompa
e floresça.
Até que um pássaro me saia da garganta
e no silêncio desapareça.
(Eugénio de Andrade, Poesia e Prosa (1940-1980))
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