sábado, 4 de junho de 2011

Espera

Horas, horas sem fim,
pesadas, fundas,
esperarei por ti
até que todas as coisas sejam surdas.

Até que uma pedra irrompa
e floresça.
Até que um pássaro me saia da garganta
e no silêncio desapareça.


(Eugénio de Andrade, Poesia e Prosa (1940-1980))

Sem comentários:

Enviar um comentário